[b]Existe um poema de Cecília Meireles, que, aliás, é o meu favorito chamado “Canção” ele diz assim: “Pus o meu sonho num navio e o navio em cima do mar; depois, abri o mar com as mãos, para o meu sonho naufragar...” e continua dizendo o seguinte: “Chorarei quanto for preciso, para fazer com que o mar cresça, e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça....”
Hoje eu pus um sonho num navio e o navio em cima do mar, exatamente como ela descreve, só que em meu cais não há só um sonho e muito menos, apenas um navio. Vivo na eterna busca do meu Eu do que há entre “mim” e “Eu”...
Só que, ao contrário do que diz o final do poema:” Depois, tudo estará perfeito; praia lisa, águas ordenadas, meus olhos secos como pedras e as minhas duas mãos quebradas...” Me sinto mais inteira do que nunca!
Minhas mãos estão perfeitas, prontas para construir um novo navio se preciso for e nele coloca-lo quantos sonhos eu ousar em sonhar, afinal sou teimosa e não desisto nunca!
Helena Martins Daniel
19/08/2010
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